terça-feira, 25 de maio de 2010

A infância

"A infância, mais do que preparadora para a vida, é a vida em sua essência, e os anos de maturidade se passam no soprar de suas brasas, até que sejam apenas cinzas..."
(Piers Paul Read)

Nossos filhos crescem
Um dia você gritará:
“Por que vocês não crescem e param de agir como crianças?”
E isso acontecerá.
Ou talvez você diga:
“Vão lá para fora e arranjem alguma coisa para fazer! E não batam a porta!”
E eles não baterão.
Arrumará o quarto do seu filho com capricho. Jogará fora os adesivos, esticará os lençóis, pendurará as roupas nos cabides, organizará as prateleiras e todos os brinquedos. Em seguida dirá:
“Agora quero que este quarto fique arrumadinho assim.”
E ele ficará.
Preparará um jantar perfeito, com uma salada onde ninguém beliscou e um bolo sem marcas de dedos na cobertura. E dirá:
“Finalmente consegui preparar uma refeição digna de um rei!”.
Mas comerá sozinha.
Dirá:
“Quero poder conversar ao telefone sem interrupções, sem ninguém pulando ao meu redor, sem caretas. Silêncio!!! Vocês estão me ouvindo?”
E isso acontecerá.
Suas toalhas de mesa não mais terão manchas de tomate. Não terá que cobrir o sofá e a poltrona com panos para protegê-los de traseiros molhados e pés sujos. Não encontrará caminhões ou bonecas debaixo do sofá. Não passará mais noites em claro, junto ao nebulizador. Não encontrará farelo de pão nos lençóis, nem o chão do banheiro alagado após o banho.
Acabaram-se os remendos nas pernas das calças, os cadarços molhados e embolados, os elásticos para prender cabelos. Imagine um batom sem a ponta estragada! Poder sair à noite sem ter que arranjar alguém para ficar com as crianças, lavar roupa somente uma vez por semana, ir ao mercado e comprar somente aquilo que você deseja.
Como será bom não ter que ir à escola para reuniões de pais, não ter que levar e buscar ninguém. Não ganhará mais presentes feitos de papel-cartão e cola. Ninguém mais lhe dará beijos com a boca suja de bala. Não haverá mais dentes de leite para arrancar, nem risinhos no quarto ao lado. Acabaram-se os joelhos ralados, acabou-se a responsabilidade.
Restará somente uma voz gritando:
“Por que vocês não crescem logo e param de agir como crianças?”
E o silêncio responderá:
“Crescemos!”

(autor desconhecido).

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